quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Discografia RKL (Rich Kids on LSD)




RocK 'n Roll Nightmare (Alchemy Records, 1987; relançado em CD pela Epitaph Records)

Double Live in Berlin
(Destiny Records, 1989; gravado ao vivo na Alemanha em 1988)

Reactivate (Epitaph Records, 1993) p.s Bomer no vocal

Riches to Rags (Epitaph Records, 1994)

Keep Laughing (w/ It's a Beautiful Feeling), Mystic Re-release, CD (2002)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Era uma vez em 1984...


Fat Mike fala sobre RKL, extraido de http://www.trust-zine.de

Sem RKL, não haveria um NOFX. Bem, talvez um NOFX totalmente fudido. Vamos começar do inicio. Era uma vez, em 1984, uma banda de merda chamada NOFX. Nós vimos o RKL tocar em Sun Valley Sportsmen Lodge e ficamos destruídos. Quando o seu álbum “Keep Laughing” saiu, estávamos embarcando em nossa primeira turnê. Nós ouvíamos esse disco todo dia durante três meses. Esse álbum mudou tudo para nós. Era a banda que queríamos ser, mas não conseguíamos. Gravamos dois 7”LPs para a Mystic Records. Ficaram um lixo e não poderiam ao menos ser comparados com RKL.

Um ano se passou. "Rock´n´Roll Nightmare" é lançado. Agora estamos totalmente fudidos. De repente, a melhor banda de Hardcore do nosso tempo está 100 vezes melhor. Esse registro é um marco. Nenhuma banda jamais fez algo parecido e foi gravado e mixado em apenas cinco dias. Mais uma vez, estávamos saindo em turnê quando este foi lançado. Desta vez, nós escutávamos pelo menos duas vezes por dia... Todo o dia. Eu tomei ácido pela primeira vez e escutei o disco a noite inteira.
No ano seguinte, NOFX vai para Europa pela primeira vez. Somos conhecidos como “amigos da RKL”. Era apenas uma maneira educada de dizer “uma banda de merda imitação do RKL”. Quase todas as resenhas dos nossos shows e de nossos discos nos comparavam aos nossos mentores, mas geralmente de forma negativa. Hey, mas pelo menos estávamos sendo comparados.

Um ano ou mais depois, o RKL começou a sair dos trilhos. O abuso de drogas e festas constantes começaram a custar caro. Apenas quando eles estavam fazendo história, eles eram história. Eu devo dizer que isso foi algo bom para o NOFX. RKL foi uma banda que sempre nos deixaria à sombra. Quando ela quebrou, nos meio que tomamos o seu lugar. Era um lugar bom e ninguém estava nele, por isso tomamos.

Quando eles retornaram anos mais tarde, nós fizemos alguns shows juntos, mas sempre foi estranho. Eles sabiam que havíamos tomado o seu lugar, e nós sabíamos que eles sabiam que nós havíamos tomado o seu lugar. Porém, RKL e NOFX permaneciam sempre como amigos próximos. Vinte anos depois, eu pego Rock´n´Roll Nightmare e coloco para tocar. Percebo que depois e todos esses anos de turnês e gravações de minha banda não é possível fazer nada próximo. Eu não posso tocar esse riffs de baixo, Melvin não pode tocar na guitarra, e Smelly, mesmo sendo um grande baterista, não pode sequer chegar perto do que Bomer podia fazer. Agora Bomer, Jason e Derrick se foram, mas ao menos a magia que deixaram não pode ser jamais ser substituída.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Dedicado a todos que amam cachorros (esse é o meu)

Essa música surgiu quando Lou Dog fugiu de casa e fico desaparecido por uma semana. Durante esse tempo, Bradley costumava chorar e lamentar a falta do seu cachorro. Mas ele conseguiu acha-lo e fez essa musica em homenagem, baseada na melodia de “The Day That Lassie Went To The Moon", de Camper Van Beethoven.

Lou Dog Went To The Moon

My little dog ran away the other day
Yeah yeah Yeah yeah
I can't beleive my little dog lou dog Ran away

Yeah yeah Yeah yeah
He packed his bags and got into a hot air ballon

Yeah yeahYeah yeah
The day That was the day that lou dog Sailed off to the moon



sexta-feira, 21 de agosto de 2009

RKL - Rich Kids on LSD

Eis uma banda pouco conhecida no Brasil e realmente muito boa, aliás, uma das minhas favoritas. Os Rich Kids on LSD (RKL) foi uma banda punk que extrapolou de vez a tendência da simplicidade técnica (o famoso “3 acordes), inclusive posso arriscar chamá-la da primeira, e provavelmente a única, banda de hardcore progressivo ou punk rock psicodélico, tamanha a influência que a dietilamida do ácido lisérgico, mais conhecido como LSD, tem nos arranjos, composições e até nas letras desses caras.
Fiquei sabendo da existência do RKL pela primeira vez por meio da música “Door Nails” do NOFX, no qual se faz referência ao falecido vocalista Jason Sears no verso “"This Patrón's for Jason". Logo fiquei sabendo que a banda fez parte de uma vertente do HC americano chamado de Nardcore e que dois membros remanescentes fazem parte hoje do Lagwagon.
O nome surgiu como ironia a uma critica, quando alguém comentou algo como: “Esses caras não fazem nada, são apenas garotos ricos chapados de ácido (Rich Kids on LSD)”, como ainda não havia nome, eles colocaram isso no flyer e pegou. A mascote é um boneco usando um daqueles chapeuzinhos com uma hélice encima, tipo desenho animado de criança.
Bom, o que me fez gostar mesmo da banda logo de inicio foi o baixo, Joe Raposo é ensandecido com esse instrumento, tocando num estilo inigualável. Confira nesse vídeo abaixo, extraído do DVD "Still Flailing After All These Beers":

Pelo que eu sei, a banda terminou devido à morte do vocalista. Jason Sears morreu numa clinica de desintoxicação em Tijuana, México, durante um tratamento com Ibogaina, uma planta psicodélica. Disponibilizei para download um ao vivo em Berlin que registra as maiores pedradas da banda e o Rock´n´Roll nightmare, o qual considero o melhor álbum de estúdio. Breve pretendo colocar mais material, inclusive o DVD. Abraçooooo!

RKL - Rock n Roll Nightmare : http://www.megaupload.com/?d=6RXEA20T

RKL - Live in Berlin: http://www.megaupload.com/?d=LIHQGCK8

Mukeka Di Rato

16/06/2008 - Bar Opinião - Porto Alegre/RS

Frio glacial em Porto Alegre, mas a promessa que o hardcore capixaba iria esquentar a noite mais que um porre de vinho em frente à fogueira movimentou uma boa quantidade de insanos ao Bar Opinião, todos dispostos a estourar os tímpanos ao som enfurecido do Mukeka Di Rato. As bandas gaúchas escaladas para abrir o show não deixaram por menos, Pupilas Dilatadas mostrou o que os mantém na estrada desde 84 e a Grosseria fez jus ao nome, com um trash/HC grosseiro como à alcunha. Sem esquecer a discotecagem pesada do DJ Jamaica, que de momento em momento sorteava o mesmo CD e diferia gritos ensandecidos, deixando claro que aquela não era uma segunda-feira normal.
Lançando o álbum “Carne”, o Mukeka abriu com “Frações, Refrações e Proporções”, faixa inicial do novo trabalho. O público se quebrava, amigavelmente, ao som de “Mickey” e “Cobra criada”, enquanto os espiritossantenses espacavam os instrumentos e Sandro (voz) berrava a mil por hora as suas críticas sociais. O sárcasmo, marca registrada da banda, foi o elemento chave quando o vocalista anunciou que a solução do Brasil é jogar os pobres “Pela janela do trem”. Em época de discusão sobre produção de etanol, não faltou “Chachaça” e quem tava com fome das músicas do primeiro albúm foi agradicado com um “Mek kancer feliz”.
Show punk sem gente subindo do palco e se atirando não é um show punk legítimo, nesse caso os stage dives eram constantes, assim como os fãs assumindo os microfones, seja para cantar, seja para berrar qualquer coisa. Os seguranças, talvez não acustumados com essas manisfestações, agiram muitas vezes de forma violenta para afastar o público, sendo repreendidos até por membros da banda. O irônico reggae “Burzum Marley” acalmou um pouco os animos da platéia, servindo também para a banda se recuperar antes de tocar mais uma dezena de porradas sonoras.
“Animal”, “Corre!”, “Televisão”, “Homem de borracha” também preencheram a trilha dessa segunda-feira hardcore. Os paulistanos da Ratos de Porão foram lembrados com a cover “Crucificados pelo sistema”. Estranhamente não tocaram “Rinha de magnata”, esta que concorreu na MTV, na categoria melhor clip de 2007, com um exelente trabalho todo feito em animação gráfica.
Porto Alegre foi a última parada no Brasil da turne sulamericana “Chuta que é macumba!”, e com certeza o Mukeka Di Rato não esquecerá tão cedo nem do frio, nem do incansável público punk gaúcho.

Night of the Living Dead

Mesmo que Gleen Danzig, alma negra da banda, tenha decretado o fim dos Misfits em 1983, os monstros invadiram mais uma vez o Bar Opinião, 18/05/08, numa noite de lua-cheia em Porto Alegre. A turnê da continuidade às comemorações dos controversos 30 anos dos criadores do horror punk e contava com uma formação célebre para os admiradores do Punk/HC americano. Dez Cadena (Black Flag) na guitarra, ROBO (Black Flag e Misfits original) nas baterias e o polêmico baixista original e vocalista improvisado, Jerry Only, odiado pela maioria dos fãs radicais da primeira e indiscutível melhor fase da banda.

Os mortos-vivos surgiram das trevas e foram saudados por uma multidão sedenta por letras sangrentas e instrumentais enfurecidos. Abriram com a célebre “Halloween” e mostraram que, apesar da idade e das barrigas de chope, estão em forma e com energia o suficiente para executar uma porrada atrás da outra. A primeira fase do show foi dedicada principalmente às canções da “Era Danzig”, com clássicas como “Hybrid Moments”, “Skulls”, “20 eyes” e “Hollywood Babylon”, tocadas incessantemente numa velocidade bem mais rápida que as versões de estúdio. O que se pode notar principalmente é que Only não prolonga os vocais como Danzig e Graves, fazendo as músicas que já tinham tempo curto serem reduzidas praticamente pela metade. O lado positivo é que elas soavam mais agressivas aos ouvidos do público, que até a primeira metade do show parecia comportado demais para um show de punk rock.

Também não faltaram as trilhas da fase mais “metal” da banda, dos álbuns “American Psycho” e “Famous Monsters”, com arranjos mais trabalhados e solos de guitarra. “Abominable Dr. Phibes”, "Walk Among Us", "From Hell They Came" e "Dig Up Her Bones" transbordaram fúria e fizeram surgir as tradicionais rodas mosh e stage dives no centro da pista. O show era em celebração aos Misfits, mas pode-se dizer que também era ao Black Flag. Dez Cadena assumiu os vocais para executar “Six Pack”, “Jaelous Again” e "Thirsty and Miserable", hinos eternos de uma das bandas embrionárias do American Hardcore.

Quando a platéia já sentia falta de alguns clássicos, Only canta as horrendas, no sentido óbvio quando se refere a essa banda, “Last Caress” e “138”, trazendo a mente porque a sinistra caveira retirada do filme The Crimson Ghost estava presente em quase todas as camisetas e jaquetas do recinto.

Como já era de se imaginar, a banda retira-se do palco repentinamente para depois retornarem aclamados pelos fãs, sedentos por mais horror. Os Misfits finalizam com mais uma parcela de seu repertório, destaque para “Die, Die my Darling”, e “Rise Above” do Black Flag. Para quem ainda torce o nariz para o Jerry Only, ele da show de carisma distribuindo autógrafos e interagindo com a platéia, logo depois de arrancar as cinco cordas do seu baixo. Polêmicas a parte, ninguém deveria contrariar a insistência em manter o legado do Misfits e fornecer aos admiradores uma amostra do que foi uma das mais influentes bandas do punk/HC. E quem esteve presente naquela noite, viu que os mortos continuam vivos.

Jah não pagará as contas

Nesse momento entra no ar (novamente) o blog Jah Won't Pay the Bills.

Batizado com o mesmo título da primeira fita-demo gravada por uma das melhores bandas de todos os tempos, que reflete bem o estilo inigualável do trio Brad, Bud e Eric, esse espaço vai falar principalmente de música e (contra)cultura, mas de um segmento bem específico desses itens.

Serão postados regularmente lançamentos e resenhas de CDs, anúncios e resenhas de shows, matérias sobre bandas e vídeos. Além de alguma coisa sobre esportes não convencionais e cerveja.

Por essa ser a primeira experiência, a divulgação vai começar mais além. Por enquanto, fica um vídeo do Sublime com o Bradley esbanjando estilo, como sempre, em uma gravação clássica.